segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Sonho

Era de noite
e enquanto o mundo ainda girava
eu adormecia
pegava no sono ainda fresco
e acontecia
uma estranha e radical mudança que desconhecia
mas que aceitava e descobria

Era o malvado do sonho que vinha
em trajes de luz e fantasia
dar cor ou encher de negro a minha alma
e com tamanha calma aparecia
que depressa me apaixonava
e finalmente sonhava

Sonhava que era papagaio de papel
voando em ares de movimento
e levando em meu cordel
o doce empurro do vento
planava em sitios secretos que ninguém poderá mirar
e como boia no oceano
dava comigo no céu a flutuar
como pássaro ou anjo
que nas nuvens hão-de habitar

Outras vezes era marinheiro
veloz e fugaz aventureiro
velejando por mares para além do horizonte
e que era senhor e conde
de ninfas e sereias
aquelas filhas verdadeiras
de um deus desacreditado


mas por vezes era homem nobre
senhor coberto de ouro,prata e cobre
dono de dez belas mulheres
e de infinitos haveres
que podiam encher milhões de bancos

mas quando o astro-rei despontava
também o meu sonho voava
e se tornava em reles quimera
mas o sonho também tinha o poder
de transformar um frio e medonho dia de Inverno
num magnifico dia de Primavera

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