segunda-feira, 17 de maio de 2010

te dedico


ó verso, espada ardente que declamo

sem rei,dono nem amo

nem autoridade formal


sai apenas deste peito que coxeando

anda vielmente brincando

com os espinhos do roseiral


e se picando

lambe o sangue que recolhe com divino desgosto

faz desse seu único alimento

sua carne,seu sal,seu mosto


Pois tentei encontrar razão

uma simples noção para poder explicar

que estranha coisa é esta que me tem andado a devorar

como bicho perigoso que me tem estado a ferroar


mas nem a mente

(que a tenho bem presente)

ma soube dar

disse que era delirio

de um homem que só sabia pensar...


Deixei-me de devaneios e comecei a conjecturar

o fruto venonoso que aquele sintoma tinha provocado

devia de ser de uma de uma flor ou causa de algum pecado...


Mas breve luz se acendeu

em pequenito cranio que deus me deu

e finalmente sobe o que era

esse mal meu...


Tinha sido atingido!

estando desprevenido

para tal sentimento

mesmo assim o malvado do cupido

tinha-me acertado e feito grande ferimento!


É amor,minha gente

De que vos fala

Este grande maldicente!